A introdução do Real Digital e das CBDCs criou grandes expectativas em relação à integração internacional e aos sistemas de pagamento transfronteiriços.
Especialistas de renome internacional participaram de uma série de webinários organizados pelo Banco Central e disponíveis no Youtube, discutindo a possibilidade de as CBDCs agilizarem esse tipo de transação.
A otimização das transações transfronteiriças traz consigo inúmeros benefícios, incluindo o impulso ao comércio global, o crescimento econômico e a inclusão financeira. Pequenas e médias empresas, em particular, seriam altamente beneficiadas com a redução de custos e o aumento do acesso aos mercados globais.
Atualmente, diversos projetos e experimentos estão em andamento no campo das transações transfronteiriças. Alguns projetos são de natureza pública, liderados por um consórcio de bancos centrais, enquanto outros são realizados em colaboração com os Centros de Inovação do BIS (Bank for International Settlements). Além disso, o setor privado também está engajado nesses esforços.
Em um relatório apresentado ao G20 em julho de 2021, o BIS delineou três cenários/modelos pelos quais as CBDCs poderiam aprimorar os sistemas existentes. O primeiro cenário é baseado em sistemas compatíveis, o segundo em sistemas interligados e o terceiro em um sistema único, que acarretaria maiores custos de implementação.
Por outro lado, o FMI publicou um artigo em junho passado que menciona a criação da XC, uma plataforma que estabeleceria um livro-razão centralizado e global para pagamentos transfronteiriços. Essa plataforma permitiria que bancos e outros provedores de pagamento participassem do processo em conjunto com os bancos centrais.
De acordo com Tobias Adrian, Conselheiro Financeiro do FMI e Diretor do Departamento de Mercados Monetários e de Capital, o design da XC tem como objetivo aumentar a concorrência, reduzir as margens e diminuir os riscos. Para isso, forneceria infraestrutura, contratos e mercados para transferências com liquidez imediata, além de instrumentos para uma melhor proteção contra riscos.
No entanto, existem desafios a serem superados no caminho das CBDCs em relação à integração entre o mundo regulamentado e não regulamentado. Como o Banco Central lidará com essa integração ainda é uma incógnita. A expectativa do mercado é otimista, especialmente em relação ao surgimento de novas plataformas e serviços que possam estabelecer uma conexão entre esses dois mundos e o dia a dia das pessoas.
As CBDCs têm o potencial de transformar a forma como as transações transfronteiriças são conduzidas, impulsionando o comércio global e promovendo a inclusão financeira. À medida que avançamos para o futuro, é essencial que sejam enfrentados os desafios e que sejam encontradas soluções eficientes para a integração das CBDCs no cenário internacional. A expectativa é de que isso traga benefícios significativos para a economia global e a vida das pessoas em todo o mundo.